sábado, 10 de agosto de 2013
O Reino de Deus é o tesouro!
O Senhor sobe para Jerusalém. Não nos esqueçamos de que a subida
tem uma função didática: enquanto sobe para a sua morte (cf. Lc 9,51), Jesus
ensina e instrui os discípulos. Subindo para sua morte ele vai, por seus gestos
e palavras, semeando a vida.
É bastante provável que o “atraso da parúsia” tenha criado na
comunidade cristã primitiva um clima de desânimo e de laxismo. Isto pode ser
verificado pela insistência e pelo espaço que o tema da vigilância ocupa no
relato (vv. 35.40.43). Nosso texto é constituído por uma série de conselhos que
Jesus dá aos discípulos; compreenda-se que eram os responsáveis pela vida da
comunidade.
Trata-se de agir em conformidade com a vontade de Deus – isto é
o essencial para a comunidade cristã. A história, nosso caminho para a pátria
celeste, é o lugar do testemunho dos cristãos.
Antes de tudo é preciso ter presente que o Reino é dom de Deus e
que, por isso mesmo, ninguém pode tirá-lo ou se apropriar dele como sendo seu.
Daí que não há o que temer. Da comunidade é exigido não se dispersar, nem ser
assimilada pelos bens terrenos, mas viver o valor fundamental de sua vocação:
buscar o Reino de Deus. Este é o seu tesouro! Esta busca exige “vigilância” e,
como toda busca, empenho para buscar, encontrar e realizar a vontade de Deus.
A comunidade cristã deve ser caracterizada pela disponibilidade
cultivada pela iluminação da Palavra de Deus: “Ficai de prontidão, com o cinto
amarrado e as lâmpadas acesas” (v. 35). O Senhor vem continuamente ao encontro
do seu povo. A imprevisibilidade desse encontro exige a atitude religiosa da
vigilância. É ela que possibilita viver a expectativa e o desejo permanentes
desse encontro vital para a vida e o testemunho cristão.
Carlos Alberto Contieri, sj
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