sábado, 30 de março de 2013

O Senhor está vivo!



Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia! . 

Se a morte de Jesus e a frustração abatem (cf. vv. 16-21), a presença do Ressuscitado permite refazer o longo caminho através da Escritura que abre os olhos e suscita o reconhecimento: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (v. 32). O tempo que separa o “ver” do “reconhecer” permite a lição de exegese a que os dois discípulos confessarão mais tarde que os transformou, conforme o texto supracitado. Eles fazem a experiência de que a visão física não é mais um absoluto ou necessária.  

Mesmo invisível aos olhos, o Ressuscitado permanecerá presente. A invisibilidade, nós também o sabemos, não equivale mais à ausência. Aliás, eles nem sequer mencionam a ausência, como se isso não lhes tocasse ou preocupasse. O tempo que precedeu o reconhecimento, a viagem para Emaús, tempo de escuta, é o que retém a atenção deles. 

Se a paixão e a morte dispersavam os discípulos, o Ressuscitado os congrega: “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’” (vv. 33-35). 
  
Carlos Alberto Contierisj

FONTE: http://www.paulinas.org.br


sábado, 23 de março de 2013

A SEMANA SANTA


O Domingo de Ramos é o dia que nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. Semana em que celebramos os principais acontecimentos de nossa redenção. A liturgia desta semana nos apresenta a narração completa da paixão e morte de Jesus. Narra os últimos dias de Jesus e toda trajetória de seu calvário.

Na liturgia do Domingo de Ramos temos dois Evangelhos. Um proclamado antes da bênção dos ramos (Lc 19, 28-40) e este (Lc 22, 14-23.56) que estamos analisando, proclamado na Santa Missa. Neste evangelho, Lucas narra também a instituição da Eucaristia.

Segundo o evangelista, o momento é solene. Jesus sabe que este é o último encontro que terá com seus discípulos. Jesus se mostra comovido pela despedida e profundamente magoado por ter que passar também pelo dissabor de admitir que um de seus amigos irá traí-lo.

Depois de falar claramente que um daqueles que ali estava servindo-se na mesma mesa, iria traí-lo, todos os discípulos se interrogavam quem seria o traidor. Cada um conhecia a si próprio, mas o que pensar dos companheiros?

Como se diz popularmente, quem poderia colocar sua mão no fogo pelo companheiro e garantir que nenhum deles seria capaz de entregar o mestre? Realmente era difícil de acreditar que alguém seria capaz de tamanha maldade para com aquele que pregava o amor e a partilha.

Conhecendo a Jesus como todos conheciam, depois de conviverem com o Mestre por, aproximadamente, três anos, partilhando com Ele dos momentos de oração, pregação, milagres e dos seus ensinamentos de solidariedade, partilha e paz, não dá para acreditar que alguém pudesse traí-lo.

Infelizmente o inacreditável aconteceu; Jesus foi traído por alguém que o seguia e que afirmava ser seu amigo. No entanto, dois mil anos se passaram e, ainda hoje milhares de “amigos” de Jesus o traem e o renegam.

Pedro então, que dias antes dera seu testemunho de fé proclamado, com todas suas forças, e com extrema convicção, que aquele era o Messias, o Filho do Deus vivo. Esse mesmo Pedro se prontifica também a acompanhar Jesus na prisão e até mesmo na morte, se for necessário.

A resposta de Jesus à proposta de Pedro é direta e sem rodeios: “Pois eu lhe digo, Pedro, que hoje o galo não cantará antes que você, por três vezes, tenha negado que me conhece”.

As trinta moedas da atualidade têm diversas denominações. Alguns, que também se apresentam como amigos de Jesus abominam a cruz, pregam prosperidade, vida farta e garantem salvação, sem calvário. Simplesmente retiraram de suas bíblias estas palavras: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”.

Iniciamos dizendo que o Domingo de Ramos é o dia que nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. Vamos então viver intensamente esta semana que deve levar-nos a meditar que nosso Deus não é um mercenário comerciante. Nossa salvação custou até a última gota de sangue de um Deus misericordioso, que não cobrou nenhum centavo para nos devolver a verdadeira vida.
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jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br

domingo, 17 de março de 2013

Jesus é posto à prova




Neste quinto domingo da Quaresma, a liturgia da Palavra está centrada no apelo de não permitir que a recordação do passado impeça o progresso no caminho de Deus: ". esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente." (Fl 3,13). 

O evangelho descreve uma cena dramática: uma mulher pega em adultério está para ser apedrejada até a morte. O Levítico prescreve: "o homem que cometer adultério com a mulher do próximo deverá morrer, tanto ele como a mulher com quem cometeu o delito" (Lv 20,10; ver também: Dt 22,22-24). 

Os escribas e os fariseus, que se dizem justos, são os que conduzem a mulher até Jesus. Mas onde está o homem envolvido no mal? De fato, a Lei de Moisés interditava o adultério (Ex 20,14; Dt 5,18), como eles diziam. A pergunta deles a Jesus é para colocá-lo à prova. O silêncio de Jesus revela o pecado dos acusadores - vão se retirando um a um. 

No face a face entre a mulher e Jesus, em que a verdade de cada um é iluminada, a palavra de Jesus liberta, mostra a misericórdia de Deus e abre um caminho novo: "Ninguém te condenou? Eu também não te condeno! Vai, e de agora em diante não peques mais" (vv. 10-11). 

Carlos Alberto Contieri, sj

FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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segunda-feira, 11 de março de 2013

A fidelidade de Deus



A Sagrada Escritura recorda a história da obra de Deus em favor do seu povo para que Israel, nascido do êxodo, viva a fidelidade a seu Deus. A fidelidade de Israel ao Deus único e verdadeiro se apoia na memória da obra de Deus em seu favor. No Antigo Testamento, o povo é sustentado pela fidelidade de Deus. 
O protagonista da parábola dos dois filhos é o pai misericordioso e compassivo. O filho mais novo, depois de esbanjar tudo o que ele tinha recebido do pai, volta para a casa do pai, não por consideração a ele, propriamente, mas porque queria matar a fome (cf. vv. 6-17). Tudo o que pensa dizer e dirá ao pai é meio para alcançar o que efetivamente queria: matar a fome. Mas o pai conhece profundamente o seu filho (ver: Sl 138[139]), por isso não leva em conta a sua artimanha: acolhe-o e devolve a ele a dignidade que o pecado o fizera perder (cf. vv. 20b-24). A atitude de compaixão do pai provoca a reação surpreendente do filho mais velho: a raiva e a recusa de participar da festa (cf. v. 28). O filho mais velho é convidado a entrar no coração do pai, pois "há mais alegria no céu por um pecador que se converte do que noventa e nove justos que não precisam de conversão" (cf. vv. 7.10.23-24). 
A acolhida, o perdão e o cuidado de Deus, expressão da sua fidelidade, é o que permite ao filho mais novo, que esbanjou os bens recebidos, entrar na casa do pai e receber, como dom, a esperança de uma vida transfigurada pelo amor, manifestado também no abraço e nos beijos paternos (cf. Lc 15,20). O filho mais velho, resistente, fechado na sua própria "justiça", é convidado a entrar no coração do mistério do amor misericordioso de Deus, e tirar as consequências práticas de sua filiação (cf. v. 31). A um e outro filho, a todos, é instigante esta palavra: "Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo" (2Cor 5,17). 

Carlos Alberto Contieri, sj

FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=10%2F03%2F2013
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domingo, 3 de março de 2013

A bondade de Deus




Jesus sobe para Jerusalém. Essa subida é ocasião de ensinamento, por isso ela é constituída de lições que Jesus dá aos seus discípulos. O texto do evangelho deste domingo não encontra paralelo nos outros dois sinóticos. Do ponto de vista histórico, nós não temos nenhuma informação, nem mesmo na literatura extrabíblica, dos fatos mencionados nos versículos 1 a 4. No entanto, o importante, aqui, é o valor de interpelação dos fatos, repetido duas vezes: "... se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo" (vv. 3.5). A teoria da retribuição é ultrapassada: "Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu...? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo? . Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não" (vv. 2-5). A morte de uns e não de outros é sinal do julgamento definitivo, sinal que precisa ser discernido: ". sabeis discernir os aspectos da terra e do céu, e por que não discernis o tempo presente?" (Lc 12,56). São Paulo o exprime muito bem: "Esses acontecimentos se tornaram símbolos para nós, a fim de não desejarmos coisas más." (1Cor 10,6). A morte dos galileus e dos moradores de Jerusalém são um convite à conversão e ao reconhecimento, no tempo presente, da "visita salvífica" de Deus (cf. Lc 1,68). 
Os versículos 6 a 9 ilustram os versículos precedentes. A figueira é, na tradição rabínica, símbolo da Torá. Ela está plantada na vinha (cf. v. 6). O povo de Deus tem a Lei cujo fruto deveria ser a conversão. Mas ela não produziu o fruto. Será cortada? Será arrancada do meio da vinha? A parábola acentua a bondade de Deus: a maldade humana não impede Deus de ser bom. 

Carlos Alberto Contieri,sj


FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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