sábado, 17 de agosto de 2013
A festa da vitória de Deus
A solenidade da Assunção da Mãe de Deus é, em primeiro lugar, a
festa da vitória de Deus e do seu Cristo sobre o mal e a morte. Deus é o Senhor
da vida. “Por um só homem a morte entrou no mundo, também por um só homem vem a
ressurreição dos mortos. Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos
receberão a vida” (1Cor 15,21-22).
A festa da Assunção da Mãe de Deus é a festa da
Páscoa do ser humano, da participação da nossa humanidade na Páscoa de Cristo.
O trecho do livro do Apocalipse é uma visão, uma revelação de um
grande sinal. Como se trata de um sinal, ele precisa ser interpretado e bem
compreendido. Este grande sinal é o da Igreja triunfante, na eternidade (“lua
debaixo dos pés – v. 1), vitoriosa (“coroa de doze estrelas” – v. 1), iluminada
com a luz do Cristo Ressuscitado (“vestida com o sol” – v. 1), pronta para dar
à luz (v. 2); a Igreja fiel ao seu Senhor gera, pela fé, novos filhos. É
ameaçada pelo Dragão (vv. 3-4), e protegida, ela e seu filho (v. 5-6). Essa
imagem não foi aplicada imediatamente a Maria, somente mais tarde e como fruto
do amadurecimento da fé da Igreja na ressurreição de Jesus Cristo.
A mãe de Deus é modelo do
discípulo que, não obstante a perseguição e o sofrimento, guarda fielmente a
palavra de Cristo. O texto do Apocalipse tem como finalidade manter viva a
esperança da Igreja peregrina e sustentar o seu testemunho. A mãe do Senhor é
ícone da Igreja.
O dogma da Assunção, defendido em 1950 pelo Papa Pio XII, afirma
que Maria foi “elevada à glória celeste”. Não se trata de um deslocamento
espacial. Não se afirma uma nova localização, mas a transfiguração do corpo e a
passagem de sua condição terrestre para a condição gloriosa da totalidade de
sua pessoa (= corpo e alma).
A festa da Assunção é a festa do destino do ser humano: destinado
à plenitude da felicidade – isto é, à “glória celeste”. A vida de Maria, como a
nossa vida, não se encerra nos limites desta história, mas tende plenamente
para Deus, por quem ela é atraída desde sua concepção. A Assunção de Maria é
sinal concreto de esperança para todo o gênero humano; é sinal da dignidade
presente e futura do homem criado e redimido por Deus.
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