Carlos Alberto Contieri,sj
sábado, 13 de abril de 2013
Jesus se dá a conhecer pela fé
O capítulo 21 do evangelho segundo João é um acréscimo
posterior. Estamos diante de mais um relato da aparição do Cristo Ressuscitado.
Agora, às margens do mar de Tiberíades. Aparição, aqui, não deve nos induzir a
erro, pois não é o órgão da visão que é exigido, mas a fé. Por isso, ao ouvir
ou ler “aparição”, devemos compreender que “ele se dá a reconhecer”. Depois da
morte e ressurreição do Senhor, a vida dos discípulos continua. É na lida do
dia a dia que o Senhor se faz sentir (alguns dos discípulos saem para pescar –
cf. v. 3) e oferece os sinais de sua presença. Simão Pedro, que ao longo de
todo o quarto evangelho não é propriamente o homem da fé, porque depende do
“discípulo que Jesus amava”, será quem alguns versículos adiante dirá: “É o
Senhor!” (v. 7). O diálogo de Jesus com Simão Pedro (vv. 15-19) adquire, então,
toda importância, pois se trata de fundar a missão de Pedro como “primeiro
entre iguais” num mandato do Senhor: “Apascenta minhas ovelhas (cordeiros)”
(vv. 15.16.17); “Segue-me” (v. 19). Porque essa missão lhe é confiada pelo
Senhor, será necessário que Pedro o ame mais do que tudo. É nesse sentido que
deve ser compreendida a pergunta de Jesus: “Simão, filho de João, tu me amas
mais do que estes?” (v. 15).
Carlos Alberto Contieri,sj
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