sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

HOMILIA 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Jesus é a resposta de amor ao gênero humano, que o Pai nos dá. Ele vem restaurar-nos tal como fez no Evangelho de hoje: curou de febre a sogra de Pedro, como todos os doentes e os possuídos pelo demônio, na cidade de Cafarnam. O Evangelho enfatiza: “Jesus curou muitas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1,34). “E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem Ele era”(Mc 1,34b). Daí não podemos admitir um reducionismo em que alguns pretendem ver essas possessões malignas como meras doenças mentais, porque os demônios sabiam quem Ele era. É claro que não podemos dizer que toda doença é ação do demônio, porque há fatores naturais que atuam nas doenças. Mas mesmo em caso de doenças Jesus curou-as, o que nos conduz a concluir que a cura pode ser feita pelas ciências e artes da saúde, mas também pode receber o influxo restaurador de Deus.

A condição básica para recebermos a ação restauradora de Jesus é a oração. Ele mesmo demonstrou que a oração é tão importante, que o fazia orar: “de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35). E vida de oração que se integra à escuta e à pregação da Palavra de Deus: “Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. Quando o encontraram, disseram: Todos estão te procurando”. Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, a aldeias da redondeza, devo pregar também ali, pois foi para isso que vim” (Mc 1,36-39).

Na primeira leitura (Jó 7,1-4.6-7), Jó expressa sua dor em meio as suas provações, fazendo notar que a vida do homem sobre a terra é uma luta. Os dias como de um mercenário, ou seja, de trabalhos constantes, como também a vida do escravo que anseia por uma sombra, em meio ao calor. E que tudo pode levar, como aconteceu com Jó, à decepção. Isto pode acontecer quando o trabalho não tem referencia à eternidade, onde está a vida verdadeira, como também quando os ganhos do trabalho se fechem ser humano, que não se abre para a caridade para com o próximo. O problema está no acúmulo egoístico. Jó termina, no texto de hoje, com uma oração a Deus: “Lembra-Te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade” (Jó 7,7). Mas a esperança dever ser reavivada nos enfermos, sabendo que Jesus quer a restauração, que é obtida pela fé. Fé e esperança são ferramentas para vencer o sofrimento e a doença.

A pregação do Evangelho não é motivo de gloria para Paulo (ou tenda-se a gloria humana) é uma necessidade para ele (1Cor 9,16). E chega a exclamar: “Ai de mim se eu não pregar o evangelho!” (ibidem) e aponta que essa pregação não é iniciativa dele, mas de Deus mesmo, um encargo que lhe foi confiado. (1 Cor 9,17). Percebe também que o seu salário, a sua recompensa, é a gratuidade, isto é, Ele prega sem querer benefícios terrenos, mas os que são eternos. Sente-se livre pra ganhar o maior número possível de pessoas para Jesus. Fez-se fraco com os fracos para ganhar para Deus. Certamente, Paulo tinha vida de oração, como sabemos por outros escritos do Novo Testamento.

Em conclusão, podemos vencer todo o mal, estando unidos a Jesus pela oração, pela leitura e meditação de sua palavra. Essa vitória também acontece na pregação da mesma santa Palavra. O importante é não se deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem.

Monsenhor José Geraldo da Silva Pinto Souza
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2 comentários:

  1. Me emocionei com essa Homilia!

    Mons. Muito Obrigado pelo Blog, tenho acompanhado sempre que posso!

    Sou devoto de Nossa Senhora das Graças, ontem ganhei uma meldalha milagrosa que pedi no Site Nossa Senhora das Graças.

    http://www.arnsg.org.br/medalha

    Abraços
    Julio Cesar

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  2. Gostei muito do bloco e especialmente da homilia.

    Porém, preciso de um obséquio: podem me fornecer (jorgecpn6@hotmail.com) a história da igreja, desde o dia da missa campal em que brotou a água?
    E podem me informar e-mail de contato com Roberto Cabum?
    Agradecido,
    Jorge Cesar P. Nunes

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