segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

HOMILIA DO IIº DOMINGO DO TEMPO COMUM



Jesus chama seus primeiros apóstolos. E São João Batista é quem facilita a audição desse chamado quando apresenta dois de seus discípulos a Jesus, exclamando para estes e apontando para Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1, 35-36). E o texto deste evangelho nos dia que “ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus” (v 37). E Jesus os interroga: “O que estais procurando?” Eles respondem: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” (v 39). Jesus respondeu: “Vinde ver”. E permaneceram com ele. (ibidem). Daí, o chamado do Senhor implica em: ouvi-lo, segui-lo e permanecer com Ele. Um dos dois que deixaram João Batista e passaram a seguir Jesus era André, irmão de Pedro, e este é conduzido a Jesus pelo irmão. André declara a sua profissão de fé: “Encontramos o Messias” (v 41). Simão passa a ter o nome de Pedro, mudança feita por Jesus significando a nova missão: “serás chamado Cefas” (= Pedro, Pedra). Em termos gerais todo encontro com Jesus deve levar a uma transformação para melhor.

Na primeira leitura temos o menino ainda, Samuel, que tem uma experiência de Deus que o clama por três vezes, durante o sono, à noite. Samuel pensava que era o sacerdote Eli que o estava chamando e foi três vezes ao encontro deste que lhe diz: “não o estou chamando”. Daí percebe que era Deus e diz a Samuel, diga: “Fala senhor, que teu servo escuta” (1 Sm 3, 9). Era a quarta vez e desta, Deus ao ser ouvido por Samuel, lhe revela Suas palavras. O texto diz que “Samuel crescia e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra (não ouvia em vão, mas acolhia a voz de Deus) nenhuma de Suas palavras” ( 1 Sm 3, 19). Portanto, ouvir a voz de Deus, acolhê-la e praticá-la.

O Salmo 39 (40) tem como refrão: “Eu disse: Eis que venho, Senhor! Com prazer faço a vossa vontade”. Na quadra segunda, Deus diz que não queria mais sacrifício e oblação, demonstrando que Ele quer centralmente que façamos a Sua vontade. Os sacrifícios são válidos se estiverem acompanhados da prática da vontade de Deus. E anunciar as boas novas da justiça de Deus: “Vós sabeis: não fechei os meus lábios!” (quarta quadra do salmo). Daí, estar atento a ouvir a Deus, acolher o que Ele, fala permanecer nessa escuta-recepção e proclamar o que Deus quer.

A segunda leitura (1 Cor 6, 13 - 15. 17 – 20) fala da sacralidade do nosso corpo, que é templo do Espírito Santo. Tal realidade deve nos conduzir a uma vida sem imoralidade, mas cultivando a castidade e a pureza. Paulo nos recorda que pertencemos ao Senhor (v 19), razão pela qual não podemos fazer de nosso corpo instrumento do pecado. “Fomos comprados por preço muito alto” (v 20). Esse preço é o Sangue de Jesus derramado na Cruz para nos salvar. E, então, glorificar a Deus com nossos corpos numa vida pura e santa (ibidem). Ainda outro fato que nos interpela à pureza do corpo: “o senhor nos ressuscitará pelo Seu poder” (v 14). Se, somos direcionados a ir para o céu em corpo e alma, com a ressurreição de nosso corpo (no Juízo Final), então não podemos rebaixar nossa realidade corporal as coisas mundanas.

Em conclusão: ouvir a Deus, segui-Lo, permanecer com Ele, proclamar a Sua Boa-Nova, tendo uma vida pura no coração e na alma. A missão cristã é deixar que Deus nos salve e facilitar para que todos também se abram ao amor salvífico de Deus.


Mons. José Geraldo da Silva Pinto Souza – Pároco.

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