sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

HOMILIA DO IVº DOMINGO DO ADVENTO


Nossa liturgia de hoje vê em Maria Santíssima a figura principal de quem espera e recebe o Messias, que é Jesus. O anjo Gabriel, que já no Antigo Testamento é o anjo das revelações de Deus (livro de Daniel), é enviado à virgem Maria para anunciar-lhe que ela estava sendo convidada a ser a Mãe do Salvador. É sondada com a expressão “alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Nossa Senhora fica temerosa com o impacto da saudação, mas o anjo lhe explica: “Eis que conceberás e darás á luz um filho, a quem porás o nome de Jesus” (Lc 1, 31-33). E no mesmo texto o anjo destaca que Ele é o filho do Altíssimo e receberá o trono do seu pai Davi (filho de Davi, o grande descendente desse rei, é um dos títulos messiânicos de Jesus; e ainda mais que Davi existiu a mil anos antes de Jesus). Em outras palavras, as promessas que Deus havia feito a Davi, que dele nasceria o rei eterno, agora se cumprem. E o Messias nasce sem ação de homem, mas virginalmente, por obra do Espírito Santo. Ele descende de Davi, porque o pai adotivo de Jesus, São José, era descendente do rei Davi.

Nossa Senhora pergunta ao anjo “como acontecerá isto se eu não conheço homem algum?” – ela queria ficar virgem, porque realmente já possuía o noivo, São José, logo, ela e José, por ação especial de Deus, queriam um casamento especial, virginal, porque uma moça solteira era algo muito humilhante para o povo de Israel. E, no plano de Deus, o Menino Jesus, deveria nascer com pai (aparente, adotivo) e mãe real. Esta não poderia dar a luz o Menino Deus se não fosse casada. Seria visto como algo abominável. O anjo explica a Maria que ela conceberá por ação do espírito Santo, miraculosamente. E, Maria entende, assim, o plano maravilhoso de Deus e lhe dá o sim: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

O que Deus prometera à Davi na primeira leitura (2 Sm 7, 1-5. 8-12. 14-16), como está no salmo responsorial (Sl 88/89) e em outros textos, que lhe dará uma casa. Não é Davi que iria construir o Templo de Jerusalém (sabemos que foi Salomão, o rei que nasceu de Davi), mas é Deus que constrói para Davi, uma casa (subtende-se uma casa que jamais desmoronará). É o que confirma o final da 1ª leitura: “Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” (1 Sm 7, 16). E agora, com o sim de Maria Santíssima, cumprem-se estas profecias: o grande filho (herdeiro) de Davi, que é Jesus, encontra no seio puríssimo de Maria, a sua casa onde estará por nove meses até nascer em Belém.

São Paulo, na segunda leitura (Rm 16, 25-27) fala da revelação do mistério mantido em sigilo desde sempre, manifestado agora, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação de Deus eterno. E mistério que foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé. E qual mistério? No início deste texto Paulo nos diz: “glória seja dada àquele quem o poder de vos confirmar na fidelidade ao meu evangelho e à pregação de Jesus cristo” (Rm 16, 25). O mistério é o Evangelho de Jesus Cristo, o Salvador, nascido de Maria Santíssima. Para que Ele nascesse como homem verdadeiro, que assumisse os nossos pecados teve que nascer de Nossa Senhora. O Seu nascimento dependeu da Sua concepção virginal no seio puríssimo de Maria, e do sim dela à Deus.

Nessa nossa preparação próxima ao Natal do Senhor, aprendemos com Maria a dar nosso sim a Deus e deixar o Espírito Santo gerar Jesus, pela graça, em nossos corações. Seja o nosso interior, o presépio que esteja sendo preparado para acolher o Menino Deus.

Mons. José Geraldo da Silva Pinto Souza – Pároco.




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