sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

HOMILIA DO IIIº DOMINGO DO ADVENTO



                Estamos no 3º Domingo do Advento, denominado na liturgia o domingo da alegria, expressando a dimensão alegre da preparação para o Natal do Senhor e para a 2ª Vinda gloriosa. Alegria porque a acolhida do Senhor é salvífica, bem como as disposições que antecedem a mesma: em clima de seriedade (cor roxa), mas alegre e esperançosa (cor rosa, permitida hoje). A antífona da entrada já expressa essa alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fl 4, 4s). A oração inicial também destaca a alegria: “daí chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia”.

                A 1ª leitura (Is 61, 1-2. 10-11) também aponta para a alegria: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus. Ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas jóias” (Is 61, 10). Assim o Messias que está próximo vem nos cumular de alegria com a Sua graça, simbolizada nas vestes da salvação. Também a 2ª leitura (1 Ts 5, 16-24) nos ordena: “ Irmãos estão sempre alegres! Rezai sem cessar. Daí graças em todas as circunstâncias” (1 Ts 5, 16).

                Essa alegria está ligada à vida de oração, é o que nos diz a 2ª leitura: “Rezai sem cessar” (1 Ts 5, 17). E dar graças em todas as circunstâncias (1 Ts 5, 18), ou seja, nossa espera do Senhor é em constante ação de graças a nosso Deus. E nesse afã, continua o clima de seriedade em nossa preparação para um santo e abençoado Natal. Seriedade essa que nos interpela “a conservar todo o nosso ser (espírito, alma e corpo) sem mancha alguma” (1 Ts 5, 23). “Deus que nos chama é fiel; Ele mesmo realizara isso” (1 Ts 5,24). Ou seja, nossa santificação é obra da graça de Deus, que deve ser acolhida e colaborarmos com ela.

                A alegria que o Senhor nos trás está vinculada à restauração que Ele nos dá, o que está bem expresso na 1ª leitura: “Enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção aos cativos e a liberdade aos que estão presos, para proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 61, 1-2). E nessa restauração o Senhor “fará germinar a semente, assim como o Senhor Deus fará germinar a justiça e a Sua glória diante de todas as nações” (Is 61, 11). Assim Deus nos estimula, neste Advento, a ver a chegada de Jesus, como esse experimentar a Sua glória, glória que coincide com a nossa felicidade.

                Maria Santíssima é, junto com São João Batista, o modelo de quem espera com amor e alegria a chegada de Jesus. Por isto, o salmo responsorial é o canto do Magnificat, o canto de louvor a Deus, que Nossa Senhora proclamou (Lc 1, 46-55). “A minha alma se alegra em meu Deus” ou como nas traduções já conhecidas: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em deus meu Salvador”, é o refrão pra este canto. Daí, com Maria Santíssima, cantemos o louvor de Deus e o aguardemos com fé, amor e alegria e teremos um santo, feliz e abençoado Natal de Jesus em nossos corações, em nossa vida, em nossos lares, em nossa sociedade.

Mons. José Geraldo da Silva Pinto Souza – Pároco.


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