sábado, 8 de outubro de 2011

HOMILIA DO 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM


            Deus prepara e dá a salvação a todos os povos, como um grande banquete. Numa gratuidade. E salvação que move as ligaduras negativas que prendiam todos os povos. Com uma promessa de eliminação da morte para sempre enxugando as lágrimas de todas as faces. Essa vitória sobre a morte já está presente na Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vitória esta que ser-nos-á dada em plenitude no dia do juízo final. No tempo presente a ressurreição já está plantada em nós no Batismo e alimentada em cada Eucaristia.


            A Eucaristia é o banquete profetizado por Isaías (1ª leitura), assim como é a festa de casamento do Filho de Deus com a humanidade (Evangelho). A salvação que é endereçada a todos os povos se inicia na comunicação da fé, alicerça-se no Batismo e é alimentada na Eucaristia bem celebrada e participada. E a evangelização é a missão básica da Igreja, em cuja ação comunicadora da fé, todos devemos estar empenhados.


            Os convidados para a festa de Deus nem sempre aceitam vir ao banquete (Evangelho), até mesmo maltratando os servos do Senhor que os convidam. A recusa está mal fundamentada em coisas de interesse materialista ou de benefício superficial e imediato. E são punidos pela ingratidão. Essa punição, como temos visto nos evangelhos de dois domingos anteriores, não significa vingança de Deus, mas retificação da justiça violada, um conserto de algo inaceitável.


            Entre os convidados havia um sem o traje de festa, que era dado pelo anfitrião, na porta de entrada do banquete. E por que não estava com o traje? Certamente, ou ele recusou o traje ou então entrou por uma porta lateral, de forma escondida. Em termos concretos, essa pessoa é quem recusou viver o seu Batismo, estando em pecado grave, não buscando antes o sacramento da Penitência. Isto significa estar sem a graça santificante por culpa própria.


            “Muitos são chamados e poucos são escolhidos” (Evangelho). Todos somos chamados à salvação, mas a recepção efetiva desta, supõe a nossa adesão a Deus. E essa adesão vai consolidar a escolha, ou seja, sou chamado e devo aceitar esse chamamento, efetivando a escolha. A salvação vem de Deus, mas a condenação é causada por nós. Que vou escolher? Ser salvo, acolhendo o convite de Deus, ou me recusando a obedecer-lhe, caindo em condenação?


            Paulo nos convida, na segunda leitura (Filipenses), a saber viver na miséria e saber viver na abundância. Que conexão há esta colocação com o que já refletimos? O banquete oferecido por Deus é a condição de vivermos na abundância. Por outro lado, a recusa ao banquete é cair no viver na miséria. O saber viver esta negatividade é a conversão, o voltar-se para Deus, que está pronto a nos perdoar e dar-nos nova oportunidade.


            “Tudo posso naquele que me dá força” (Fl 4, 13). Paulo experimenta a força de Cristo em suas necessidades e convida os filipenses a fazer a mesma experiência, confiando em Deus. “O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades” (Fl 4, 19). Que tal experimentar essa ação da providência divina e estimular os irmãos e irmãs a fazerem o mesmo? Esse é o sentido do salmo responsorial, o Sl 22, que nos apresenta o Pastor, que é Deus, pronto a nos abençoar, proteger e dar-nos a mesa (o banquete) que sacia a nossa alma. É o que conclui também a primeira leitura ( Is 25, 9-10).


Mons. Jose Geraldo Pinto de Souza

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