sábado, 24 de setembro de 2011

HOMILIA DO 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM


                Ezequiel nos ensina a necessidade de manter a fidelidade a Deus de modo constante. Assim, se o justo renuncia ao seu agir bom, para cometer o mal, poderá cair na morte espiritual, perdendo a graça e isto é fruto do seu pecado. E como uma pessoas, no plano natural, que se deixa contaminar por uma doença: esta virá pela culpa de quem se expôs à ela.

                Em linha positiva, oposta a esta primeira, se o injusto renuncia ao mal que praticava passando a praticar a justiça e a equidade, ele faz reviver a sua alma. Ou seja, o mau pode se converter e se salvar, se realmente abandona o caminho ruim. Ele, convertido, readquire a vida espiritual. Como, no plano natural, um doente pode recuperar a saúde.

                O Evangelho de hoje coloca essa dupla realidade, destacando que se deve fazer realmente a vontade de Deus, não apenas ter boas intenções; o filho disse prontamente sim ao seu pai, para trabalhar na vinha, mas não foi realizar o trabalho, não fez realmente a vontade paterna. Este é semelhante ao justo da primeira leitura: era justo, mas não permaneceu na justiça, não indo trabalhar para o seu pai. Tomou o caminho da injustiça, pela omissão e incorreu em censura. Foi o segundo filho da parábola.

                Já o primeiro filho, imagem do injusto, que disse não ao pai, não quis trabalhar na vinha; mas se arrependeu e foi realizar de fato a vontade paterna. Está em correspondência com o injusto que abandona o caminho da injustiça, se converte e passa ao comportamento bom, pela prática real da vontade do pai. Adquiriu a vida espiritual positiva ao fazer concretamente o que o pai quis.

                Assim, em nossa vida cristã, não bastam boas intenções. Temos que fazer realmente a vontade de nosso Pai Eterno.  Deus nos mostra os seus caminhos, os bons caminhos, ressalta o salmo responsorial (Sl 24, 4), e mesmo nos ajuda a (idem, vs 5). A verdade de Deus nos orienta e conduz razão pela qual temos que deixar Deus falar e nos conduzir. Hoje, dia da Bíblia, tenhamo-la como o repositório da Palavra de Deus a nos iluminar e conduzir.

                O agir conforme o plano de Deus deve ser realizado em clima de comunhão: é o que nos aponta a segunda leitura (Filipenses 2). Portanto, ao fazermos a vontade de Deus temos que executar isto com humildade, a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo (ifidem). Assim, ao nos assemelharmos ao filho convertido, que faz a vontade do Pai, façamo-lo com caridade, não desprezando aquele que não cumpriu a vontade divina, mas, sim, ajudando com o bom exemplo e a palavra de edificação, a que o não obediente se converta e passe a realizar a vontade de nosso Deus.

                O senhorio de Jesus, o qual devemos acolher, e reconhecer e proclamar : “ Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 11), inclui também vivermos esse senhorio imitando a Jesus que se fez servo obediente. O que nos conduz a concluir que servir a Deus e ao próximo, como Jesus o fez, além de ter o pensar e agir com atitude de simplicidade e nunca exibição.

                Os fariseus do Evangelho espelham o filho aparentemente bom, mas que na realidade não faziam, de fato, a vontade de Deus, porque não se converteram a pregação de João Batista. Já as pessoas de má vida que se converteram são como o filho aparentemente mau, mas que se converte e passam a fazer a vontade de Deus. Converter-se a Deus, ao seu projeto, a Sua Palavra, e manter-se fiel no bem é a mensagem de hoje para todos nós.

Mons. José Geraldo Pinto de Souza

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