sábado, 23 de maio de 2015
O Espírito Santo é o dom de Deus oferecido a nós
Com a solenidade de Pentecostes
encerra-se o tempo da Páscoa. A promessa da vinda do Espírito Santo feita por
Jesus aos seus discípulos se realiza (cf. At 1,8). Elevado à glória celeste, o
Senhor nos enviou, da parte do Pai, o Espírito que o conduziu ao longo de toda
a sua vida para que sejamos iluminados pelo Espírito Santo, que é o dom de Deus
oferecido a nós para o testemunho. O dom do Espírito é o dom dos tempos
escatológicos, o dom definitivo de Deus como cumprimento de toda a sua
promessa. Hoje, Deus derramou o seu espírito sobre “toda carne” (cf. Jl 3,1-5).
A humanidade inteira é destinatária desse poder que vem do alto. O Espírito é
dado para fazer compreender e viver a palavra de Jesus Cristo. O Espírito Santo
é uma realidade interior que nos ultrapassa infinitamente (cf. Jo 3,8). Ele
enche toda a terra. A festa cristã de Pentecostes coincide com a festa judia de
Pentecostes (cf. At 1,1). De uma festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex 34,22; Dt
16,10), o pentecostes judeu passou, no período pós-exílico, a ser a festa
comemorativa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19,1). O adjetivo ordinal
“pentecostes” indica o último dia de uma série de cinquenta dias. Essa
coincidência intencional das duas tradições tem por finalidade fazer
compreender que o Espírito Santo é a lei interna da caridade. Todo o relato dos
Atos dos Apóstolos precisa ser bem compreendido para que o sentido do texto não
seja desvirtuado nem a mensagem do texto prisioneira de certas concepções equivocadas.
O relato possui elementos claríssimos da teofania do Sinai: barulho
ensurdecedor, fogo, espanto (cf. Ex 19,16). São elementos que, na cultura
bíblica de determinada época, indicam a presença do próprio Deus. O barulho
enche toda a casa, do mesmo modo que o Espírito Santo enche todos os que nela
estão. Depois de um elemento sonoro, tem-se um elemento visual: “como que
línguas de fogo”. Essas línguas de fogo simbolizam o poder de Deus que faz
falar. O Espírito Santo é o poder de Deus que faz falar as maravilhas de Deus,
sobretudo, o que Deus fez por toda a humanidade mediante seu Filho Jesus
Cristo. Não se trata, aqui, de glossolalia, mas de um modo de afirmar a
universalidade da missão da Igreja: o dom do Espírito impulsiona a Igreja a
assumir cada cultura, a língua de cada povo, para poder fazer chegar a toda
pessoa a graça do amor de Deus manifestada no Senhor Jesus Cristo. A linguagem
do Espírito não é uma linguagem ordinária, pois ele comunica a realidade íntima
de Deus, a verdade da vida espiritual. A ação interior do Espírito Santo é
essencial para viver a fé, a esperança e a caridade. O Espírito Santo é o que
faz com que a mensagem e a obra de Cristo entrem no mais profundo do coração,
onde ele introduz o mistério pascal.
Pe. Carlos Alberto Contieri
FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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