sábado, 9 de maio de 2015
O amor de Deus e o Deus que é amor
A
liturgia da palavra deste domingo fala do amor de Deus e do Deus que é amor.
Nós atingimos, aqui, o âmago da revelação do Novo Testamento. A fonte do amor é
o Pai, mas para chegar até nós ele passa pelo Filho que se encarnou para a
nossa salvação. Através de Jesus temos acesso ao amor do Pai que nos amou
primeiro (cf. 1Jo 4,10). A alegoria da videira (15,1-8) tem sua explicação nos
versículos seguintes, que são, grosso modo, uma meditação sobre o amor
fraterno. O amor é o fruto esperado de quem permanece unido à videira
verdadeira. A fonte do amor é o Pai. Com o mesmo amor com que o Pai ama o
Filho, Jesus ama os seus discípulos (cf. Jo 13,1). O Pai ama criando o
universo, gerando o Filho desde toda eternidade, entregando-o à morte para que
o mundo fosse salvo por ele (cf. Jo 3,16). A fonte da alegria dos discípulos
está em se deixar in-habitar por esse dinamismo do amor divino. “Mandamento”, aqui,
deve ser entendido como o conjunto dos ensinamentos de Jesus, expressos nas
suas palavras e nos seus gestos. O amor a Jesus tem uma exigência prática: é
imitando o Senhor e vivendo os seus ensinamentos que o discípulo é in-habitado
por seu amor. O amor engaja a pessoa num compromisso e comunhão profundos com
quem é amado. O amor assim vivido é o caminho da verdadeira felicidade. Aliás,
não há forma de viver o amor que não suponha a entrega de si mesmo. Os
versículos 12 a 17 são enquadrados pelo tema principal dessa parte do discurso:
o amor fraterno. Na origem do amor do Filho pelos discípulos está o amor de
Deus pelo Filho. O Filho é portador do amor do Pai e, pela sua vida, inclusive
a sua vida entregue, ele o manifesta a todo o mundo. O amor é exigência e
condição de uma vida cristã autêntica, sem hipocrisias. A medida do amor
fraterno é a medida do amor de Jesus pelos seus discípulos. No seu amor pelos
seus, ele deu a sua própria vida (cf. Jo 13,1). Os “amigos”de Jesus são, além
dos discípulos, os leitores do evangelho, nós todos, por quem o Senhor
entregou a sua vida e revelou a verdadeira face do Pai. Os relatos de vocação
do Doze, nos quatro evangelhos, mostram que a iniciativa do chamado é Jesus (v.
16; cf. Mc 1,16-20; 3,13-19; Jo 6,70). Para poder produzir fruto do amor
fraterno, os que são escolhidos devem partir, aceitar serem enviados pelo
Senhor para testemunhar o seu amor. Que o Senhor nos ajude a imitá-lo no amor
que ele tem por cada um e por todos nós!
Pe.
Carlos Alberto Contieri
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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