Pe. Carlos Alberto Contieri
sábado, 25 de abril de 2015
Jesus é o pastor segundo o coração de Deus
Os
domingos do tempo pascal são verdadeira catequese sobre a ressurreição, o
mistério pascal e suas consequências para a vida dos cristãos. No evangelho de
hoje, Jesus se insere na corrente dos profetas que denunciam os falsos pastores
e anunciam para Israel um pastor segundo o coração de Deus, compassivo,
misericordioso. No século VI a.C., o profeta Jeremias denunciava que os falsos
pastores, aqueles a quem era atribuído o título de pastor – os reis, em
especial –, conduziam o povo para longe do Deus único e verdadeiro; levaram o
povo a adorar os ídolos e a abandonar os mandamentos de Deus. A aflição do
povo, o desejo de um único e verdadeiro pastor para que as ovelhas não se
desgarrassem, fará com que Deus, diante da fraqueza e da infidelidade dos que
estavam à frente do povo, prometa conduzir, ele mesmo, a porção de sua herança,
qual um pastor. Essa promessa nós a vemos realizada em Jesus, Bom Pastor. Jesus
é o Pastor segundo o coração de Deus, Pastor compassivo e misericordioso, que
conduz e protege as suas ovelhas. Não somente isso, mas Jesus é o Bom Pastor
que entrega livremente a própria vida em favor de suas ovelhas. A cada
celebração da Eucaristia recordamos essa palavra do Senhor: “isto é o meu corpo
entregue por vós... isto é o meu sangue derramado por vós”. Entre o Pastor e as
ovelhas há uma relação profunda: ambos se conhecem. Trata-se do modo joanino de
afirmar que a relação entre o Bom Pastor e as suas ovelhas é participação na
relação que existe entre o Pai e o Filho. A relação que Jesus estabelece
conosco é como um prolongamento de sua relação com o Pai. Por causa dessa
relação tão estreita, selada com amor profundo, que o Bom Pastor oferece
livremente a sua vida em favor de suas ovelhas. Essa entrega corresponde ao
desejo salvífico de Deus; por isso, Jesus diz: “O Pai me ama porque eu dou a
minha vida”. E em seguida, ele diz: “para receber de novo”. É uma referência ao
mistério pascal: Jesus entrega a sua vida livremente e a recupera pela vitória
sobre a morte. Nós somos convidados, diante de tudo isso, a entrar nesse
dinamismo do amor de Deus: “Vede que grande amor nos concedeu o Pai...” (1Jo
3,1). Finalmente, a força da ressurreição de Jesus transforma profundamente a
vida de quem o segue. O Pedro da paixão que negou Jesus três vezes foi transformado
pela ressurreição do Senhor e pela força do Espírito Santo. Na sua pregação ele
experimenta um vigor extraordinário que o faz vencer o medo e aderir plenamente
a Cristo ressuscitado e a seu projeto salvífico.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário