sábado, 24 de janeiro de 2015

A conversão é fé na palavra e na pessoa de Jesus Cristo

 
O livro do profeta Jonas é utilizado nos evangelhos de Lucas e Mateus; ambos os evangelistas apresentam os ninivitas como exemplo de conversão (Mt 12,41; Lc 11,29-32): eles ouviram a pregação de Jonas e deram provas do desejo de converterem-se. Os contemporâneos de Jesus, ao contrário, resistem a ouvi-lo e, por isso, não podem reconhecer nas obras e palavras de Jesus a presença de Deus. Em Mt 12,40, Jonas, que passou três dias no ventre de uma baleia, é apresentado como figura de Cristo, que passou três dias no sepulcro, antes de ressuscitar dos mortos. Mas o mais importante no trecho do livro do profeta Jonas é o acento na misericórdia de Deus, que se estende a todos os povos, mesmo aos inimigos de Israel. O Deus de Israel é um Deus sempre pronto a perdoar (cf. Jr 18,7-8), um Deus que deseja que todos se convertam. No evangelho, depois da prisão de João Batista, Jesus começa o seu ministério público. Há uma distinção entre o tempo do Batista e o de Jesus, do qual João é o precursor. Termina o tempo da promessa; é inaugurado, agora, com Jesus, o tempo da realização da promessa. Mas a missão de Jesus começa dando continuidade ao convite de conversão do Batista. Na boca de Jesus, a conversão tem conteúdo bastante preciso: trata-se de crer no Evangelho. A conversão é, então, fé na palavra e na pessoa de Jesus Cristo, Filho de Deus. Trata-se de um convite universal, dirigido a todos os povos, a abrirem-se à palavra de Jesus para reconhecerem na sua obra o mistério de Deus. Sem essa confiança, não é possível reconhecer em Jesus o tempo da visita salvífica de Deus nem colher os frutos da salvação. Ao convite à conversão, segue-se o primeiro relato de vocação do evangelho de Marcos, baseado em 1Rs 19,19-21. O olhar penetrante de Jesus, que conhece a pessoa para além de qualquer aparência, pois conhece o coração de cada uma, precede o chamado. O chamado sucessivo feito às duas duplas de irmãos deve ser considerado na sua unidade. Nas duas ocasiões são postas condições válidas e exigidas de todos os que respondem positivamente ao apelo do Senhor. Para seguir Jesus é preciso desapego das coisas materiais e dos laços afetivos. Sem essa liberdade não será possível viver a vida de Jesus Cristo. O advérbio de tempo utilizado mostra a urgência da resposta que deve ser generosa, sem condições da parte daquele que é chamado e aceita o convite.

Pe. Carlos Alberto Contieri


FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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