sábado, 20 de setembro de 2014
Deus está perto de nós.
Onde está
Deus, quando sofremos? Na nossa desolação, onde encontrar Deus? São perguntas
que o trecho do livro do profeta Isaías busca responder. Este trecho do livro
do profeta Isaías retrata a situação de desolação dos exilados, membros do povo
de Deus, na Babilônia. Os longos anos do exílio faziam com que perdessem a
esperança de um dia retornarem à Israel. Com isso, sentiam igualmente que Deus
os tinha abandonado e se esquecido deles. A voz inspirada do profeta se levanta
para dar ânimo: o Senhor se deixa encontrar, pois, Ele está perto (Is 55,6).
Quando sofremos, em qualquer situação, Deus está perto de nós; e, se sofremos,
Deus sofre com o nosso sofrimento. A vida do seu povo, a vida de cada um em
particular, interessa a Deus. Mas é preciso abandonar a impiedade, isto é, um
modo de proceder e agir que semeia o joio da maldade no seio mesmo da
comunidade de fé, desestimulando os membros do povo de Deus da confiança no seu
Senhor. É preciso centrar a vida e a esperança no desígnio salvífico de Deus.
Temos algum
direito sobre a salvação? A salvação é oferecida a uns e não a outros? Deus faz
distinção de pessoas? A salvação é retribuição pelo bem realizado? Na parábola
dos operários da undécima hora, é o próprio patrão, dono da vinha, que em
diferentes horas do dia sai às praças chamando os operários para o trabalho na
sua vinha, até a última hora da jornada de trabalho. Em todos os tempos e a
todos, indistintamente, Deus chama para participar da sua própria vida. A
salvação é um dom: é o dono da vinha que chama operários para o trabalho na
vinha. A murmuração dos que foram chamados primeiro a trabalhar na vinha,
contra o patrão que pagou o mesmo salário para os últimos admitidos, é a
expressão da dificuldade vivida pela comunidade cristã primitiva, sobretudo, entre
judeo-cristãos e cristãos oriundos do mundo pagão. Todos igualmente recebem o
dom da salvação, sem nenhum privilégio ou direito de precedência? Sim! Pois o
verdadeiro salário não é contrapartida do trabalho realizado na vinha; o
verdadeiro salário, isto é, a verdadeira recompensa, é ter sido chamado e
admitido no Reino de Deus. O verdadeiro salário está em ser chamado a
participar da vida divina. O amor de Deus não segue a lógica matemática de
nossas atitudes: “meus planos não são vossos planos, vossos caminhos não são
meus caminhos” (Is 55,8). A salvação é dom de Deus e, como tal, ela deve ser
recebida e vivida.
Carlos Alberto
Contieri, sj
FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
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