domingo, 8 de setembro de 2013
Atitude radical
Quais são as condições exigidas para seguir Jesus? O texto do
evangelho deste domingo começa pela informação de que grandes multidões
acompanhavam Jesus (cf. v. 25).
O que estas multidões buscavam? O que eles encontraram? Todos
tinham a mesma intenção? Admiravam-se das palavras cheias de sabedoria, de sua
autoridade, da sua compaixão, a ponto de alguns declararem se tratar da visita
salvífica de Deus; outros tantos, porém, não eram capazes de ultrapassar o que
os olhos contemplavam e reconhecer a verdadeira procedência de Jesus. Tudo
isso, e muito mais, é suficiente para seguir Jesus Cristo?
A resposta do evangelho é negativa. É preciso,
para segui-lo, uma atitude radical: “... renunciar a tudo o que tem” (v. 32) –
esta é condição para ser discípulo de Cristo.
Entre os vv. 25 e 33 há uma inclusão, isto é, o
tema que será desenvolvido entre estes dois versículos através das duas
parábolas (vv. 28-30; 31-32). Nas parábolas, trata-se de prever, de medir
forças, de saber calcular os riscos. Trata-se, noutras palavras, de sabedoria,
de adequar as ambições aos meios de que se dispõe.
Para seguir Jesus é preciso fazer uma escolha. Em
primeiro lugar estar disposto ao desapego. Sem desprezar a quem se ama, os
familiares, é preciso não permitir que eles se constituam em obstáculo para o
seguimento de Cristo. Se assim o fosse, não seria amor verdadeiro, mas
possessão.
Mas o desapego tem de ser da própria vida. A
defesa de interesses, privilégios e seguranças pessoais é incompatível com o
seguimento de Cristo. Em segundo lugar é preciso aceitar o risco do seguimento
de Cristo, a saber, a perseguição, o sofrimento. É exatamente isto que
significa “carregar a cruz” (v. 27). Em terceiro lugar é preciso renunciar aos
bens (v. 33). Trata-se, então, de renunciar, como exigência do seguimento de
Jesus Cristo, às seguranças afetivas e materiais.
A quem se dispõe a seguir Jesus, desde o início, é
exigido dele renunciar a tudo que possa ser um obstáculo para se colocar
livremente a serviço do Reino de Deus. A segurança do discípulo é, antes de
tudo, seu Senhor.
Como Santo Inácio de Loyola, podemos suplicar:
“Dá-me o teu amor e a tua graça, e isto me basta. Nada mais quero pedir”.
Carlos Alberto Contieri, sj
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