sexta-feira, 27 de abril de 2012

HOMILIA 4º DOMINGO DO TEMPO PASCAL


Domingo do Bom Pastor e Dia Mundial de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas



Jesus é o Bom Pastor. E mais que bom, Ele é o Perfeito Pastor, conforme o sentido mais profundo do texto grego do Evangelho. Como o Pastor Perfeito, Ele é poderoso para nos defender do lobo (o maligno), conforme o Evangelho de hoje (Jo 10, 12). Ele cuida das ovelhas, que somos todos nós, e não como o mercenário (empregado só por dinheiro), defendendo-nos. Ele nos conhece e elas (suas ovelhas) O conhecem, e por isto dá a vida por nós (Jo 10, 15), como de fato o fez morrendo na cruz para nos salvar. O Bom e Perfeito Pastor, que é Jesus, quer salvar as outras ovelhas que estão fora do rebanho, e quem está guardado no redil do Senhor, deve ser arauto d’Ele, chamando essas ovelhas que estão fora para virem para dentro do rebanho (Jo 10, 16). E haverá um só rebanho e um só pastor. (ibidem)

Assim aparece a figura do pastor auxiliar do Pastor: todos os que são d’Ele devem exercer esse múnus de pastorear, trazendo as ovelhas para Jesus. Aqui se destacam os cristãos líderes, principalmente os sacerdotes. Por isto, hoje é dia de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas. Por isto, na primeira leitura vemos a ação ministerial de Pedro e João ao curarem o paralítico na porta do Templo de Jerusalém. O cristão, normalmente os sacerdotes, devem ser instrumentos de Jesus, na propagação da ação salvífica do Senhor. Ser extensão da obra redentora do Bom Pastor, sendo também bons pastores. O rebanho pode estar fraco, mas pode atingir a fortaleza do Pastor (oração inicial da missa).

Jesus é a pedra que os construtores desprezaram e que se tornou a pedra angular (= alicerce), Pedro, empregando o salmo 117, vê que Cristo é à base de nossa vida e não pode ser rejeitado pela incredulidade (At 4, 11). E “em nenhum outro nome há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos” (At 4, 12). Acolhendo o Bom Pastor e sendo bons pastores também estaremos edificando a nós mesmos e auxiliando para que os outros também se edifiquem na Pedra Angular que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Em linha oposta, se colocavam os chefes do povo e anciãos de Israel, quando ao invés de acolher Jesus, através de Pedro e João, levaram os dois apóstolos a julgamento, buscando puni-los. (At 4, 8-9).

Mas que ovelhas, somos filhos e filhas de Deus (1 Jo 3, 1-2), como nos aponta a segunda leitura ao mostrar a dignidade fundamental do cristão, que recebeu de presente, por graça, essa maravilhosa condição. O mundo não nos conhece nessa dignidade, porque não conheceu o Pai (1 Jo 3,1). Essa realidade permanece como algo a ser compreendido a cada vez mais por nós mesmos, ficando clara quando Jesus se manifestar (na Parusia, no Juízo Final) “porque O veremos tal qual Ele é” (1 Jo 3, 2).

Jesus deu a Sua Vida e retomou-a pela ressurreição, como ordem que recebeu do Pai Eterno (Jo 10, 17-18). A Sua ressurreição marca a Sua Vitória sobre a morte, vencendo-a para nós também. Por isto, o Bom Pastor é também o Pastor Vitorioso, que nos dá e dará a Sua vitória.

Nossa atitude é deixar-nos pastorear pelo Bom Pastor. Sermos também pastores instrumentais d’Ele, chamando as ovelhas de fora do rebanho para dentro deste. E rezarmos pelas vocações sacerdotais e religiosas para que cresçam em número e em qualidade os que auxiliam ao Senhor.

Monsenhor José Geraldo da Silva Pinto Souza 


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