sexta-feira, 26 de agosto de 2011

HOMILIA DO 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM



                Hoje é o dia dos ministérios leigos, com ênfase no catequista, neste mês de agosto, direcionado para as vocações. E, na base, que é o chamado de Deus, à santidade. Esta, deve estar ligada aos vários ministérios, já que os mesmos exigem testemunho de vida.

O tema profético se liga ao acima dito, ou seja, quem age na Igreja (ministério), deve ter uma vida santa (em processo de santificação) e ser profeta (anunciando a palavra de Deus). A primeira leitura (Jr 20, 7-9) aponta o profeta Jeremias como um dos modelos de agente do Senhor, no Antigo Testamento. Ressalta nesse texto que a ação profética vem como dom de Deus, Acolhido pelo que é chamado e exige dele a docilidade à Palavra de deus, como também a coragem para manifestar a verdade salvífica sem medo, sem acomodação.

O salmo responsorial (Sl 62 ou 63) nos conclama à sede de Deus, como terra seca, sedenta de água. Isto nos conduz a buscar a deus desde a aurora, desde o nascer do dia. O que também nos direciona ao templo, à casa de Deus, pelo menos no dia do Senhor, que para nós cristãos é o domingo. E aprender (ou reaprender) a abrigar-se sob as asas poderosas de Deus. Ou melhor, para ser um profeta de deus temos que ter a vida, com Ele, escutá-lo para podermos retransmitir Sua palavra.

Nossa missão profética está enraizada da Palavra de Deus, também no culto, que é centralmente a liturgia, e esta culminando na Santa Missa, o que nos proporciona a experiência de Deus. Além do culto comunitário, no templo de Deus, temos que ter o culto existencial, em nossa vida pessoal, do dia-a-dia.  É ao que nos conclama São Paulo, na segunda leitura de Romanos 12,1-2. É o ofertar-se a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: “esse é o culto espiritual” como está no texto citado. E esse culto implica uma transformação espiritual, mudando a mentalidade (de só humana e terrena para uma visão na graça divina). Discernindo “o que é bom, o que agrada a Deus, o que é perfeito.”

Jesus assume a Sua Cruz, razão pela qual Ele afirma, no Evangelho (Mt 16, 11-27), que devia ir a Jerusalém e lá sofrer, ser morto e ressuscitar no terceiro dia, como de fato aconteceu. Quando Pedro quer fazer Jesus desistir do caminho da cruz, o Mestre o repreende dizendo-lhe: “Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens.” Isto está em consonância com o que vimos na segunda leitura – a transformação da mente de só humana para uma visão sobrenatural: pensar como Jesus pensa para agir como Ele agiu.

Assim, o cristão deve, também, tomar o caminho da cruz. A cruz é a renuncia ao agir egoístico, aprisionado ao materialismo e ao prazer. Renunciar ao que nos prende ao pesar terreno, para agir com o pensar celeste. Não significa fugir da vida terrena, mas transformá-la em nova configuração: colocá-la com mentalidade de Deus, com projeção eterna.

Portanto, a missão profética do leigo normente a do catequista, está configurada no seguimento de Jesus, na transformação da vida em Deus, no caminho de comunhão fraterna, na santidade. Para que a Palavra de Deus seja iluminadora na cooperação nossa, na expectativa dos novos céus e nova terra (Ap 21,1).

 Mons. José Geraldo Pinto de Souza

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