domingo, 8 de novembro de 2015

O Senhor vê a generosidade de nosso coração


Tanto a primeira leitura como o evangelho apresentam duas viúvas como dois modelos de generosidade. Na primeira leitura, num período particularmente difícil de grande seca e carestia, Elias vai, enviado pelo Senhor, a Sarepta, na Sidônia. Lá se encontra com uma viúva pobre, mãe de um único filho. Elias pede água e pão a ela. A mulher, em princípio, não pode oferecer o pão ao profeta, pois ela só tem o estritamente necessário para ela e o seu filho. Mas Elias insiste e pede a ela que não tenha medo e faça o pão primeiro para ele e, somente depois, para ela e o filho. Ao seu pedido o homem de Deus associa a promessa do Senhor: “a farinha da vasilha não vai acabar...”. A generosidade e a fé que Elias exige daquela mulher são imensas. Ela confia nele, mesmo sendo um desconhecido. Essa mulher viúva é um exemplo de fé e de generosidade. A generosidade dela foi finalmente recompensada, pois a farinha da vasilha não acabou, nem a jarra de azeite secou, como o profeta havia anunciado.
No evangelho, Jesus ensina no Templo de Jerusalém. Ele adverte as pessoas contra o modo de se comportar dos escribas. Esse alerta mostra a distância que separa Jesus desse grupo influente do seu tempo. Ostentação, aparência, honrarias e exploração dos pobres e indefesos são as marcas dos escribas; isso tudo faz com que Jesus dirija uma dura crítica a eles no capítulo 23 de Mateus, denunciando-os como hipócritas, como túmulos caiados que são bonitos por fora, mas cheios de ossos podres por dentro. Os discípulos devem se precaver contra a tentação de imitá-los, pois o serviço generoso é marca do discípulo de Cristo. Em contrapartida, Jesus, junto ao cofre do templo, observa as pessoas que lá vão para depositar a sua oferta. Vê uma mulher, pobre e viúva, que deposita apenas algumas moedas. Talvez ninguém fizesse caso daquela viúva. Jesus, no entanto, utiliza o exemplo da mulher que deposita sua oferta no cofre do Templo como um exemplo a seguir. A viúva, na sua pobreza, e aos olhos de Deus, superou todos os ricos que ofertavam de sua abundância, pois ela ofertou somente duas moedinhas, tudo o que possuía; sua entrega é maior e mais autêntica. Essa consideração de Jesus é muito consoladora, pois revela que o Senhor não nos julga pela quantidade de nossos dons, mas vê a generosidade de nosso coração. A atitude da viúva pobre é um modelo a ser imitado na vida cristã: a santidade a ser desejada por todos é a capacidade de entregar tudo nas mãos de Deus.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&id=5402
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário