domingo, 5 de julho de 2015

Apesar da incredulidade, Jesus leva adiante a sua missão


O texto não o diz explicitamente, mas, certamente, é para Nazaré que Jesus foi. Jesus é um judeu praticante, piedoso. É o que o evangelho nos dá a entender, quando diz que num dia de sábado ele foi à sinagoga para escutar a Palavra de Deus, meditá-la, ouvir comentários sobre os textos e, por vezes, ele mesmo, comentá-la. O que propriamente Jesus ensinava, Marcos não nos diz. Não somos informados do conteúdo, porque o interesse maior, nesse episódio, está centrado na reação dos ouvintes. O certo é que o seu ensinamento causava admiração nas pessoas, porque certamente fazia sentido e porque ele ensinava como quem tem autoridade (cf. Mc 1,21-22.27). Não obstante a admiração, vêm a resistência, a dúvida, a incredulidade. “Ele (Jesus) se admirava da incredulidade deles” (v. 6). Se a fé, em certo sentido, é confiança, abertura de coração que permite reconhecer a presença e ação de Deus, a incredulidade é fechamento, impede de ver além das aparências, ou melhor, impede de reconhecer nas palavras e gestos de Jesus os sinais que remetem a Deus, e impede de receber o dom. “De onde lhe vem isso?”; “Que sabedoria é esta que lhe foi dada?” (v. 2). De onde vem a falta de fé? Em primeiro lugar, da estreiteza de visão de que alguém do convívio deles, como eles, pudesse ter tal sabedoria e realizar tais atos de poder, como Jesus o fazia. “Não é ele o carpinteiro”; “Suas irmãs não estão aqui conosco?” (v. 3). Em segundo lugar, do fechamento à surpresa de Deus, o qual impede ultrapassar fronteiras e reconhecer nas palavras e gestos de Jesus os sinais que remetem à vida de Deus que o habita. É por essa incredulidade que Jesus não pode fazer nada ali. Se os concidadãos de Jesus se perguntam sobre a identidade dele, eles nada respondem. A falta de humildade cega. Apesar da incredulidade dos de sua própria pátria, Jesus leva adiante a sua missão. O texto conclui afirmando que Jesus percorria os povoados da região, ensinando. Jesus é um Messias itinerante, está sempre a caminho. Não há quem Jesus não acolha, a todos ouve e socorre em suas aflições.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

FONTE: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&id=5276
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