sexta-feira, 18 de maio de 2012

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR


Dia Mundial das Comunicações Sociais – 29º Vigília pelos mortos de AIDS

São Lucas ao iniciar o livro dos Atos dos Apóstolos (primeira leitura) nos diz que: “Em minha primeira narração (Evangelho de Lucas), ó Teófilo, contei toda a sequência das ações e dos ensinamentos de Jesus, desde o princípio até o dia em que, depois de ter dado pelo Espírito Santo suas instruções aos apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao céu” (At 1, 1-2). Assim, a ascensão do Senhor foi um fato real, atestado também na segunda leitura: “...É o mesmo poder extraordinário que ele manifestou na pessoa de Cristo, ressuscitando-O dos mortos e fazendo-O sentar à sua direita no céu, acima de todo principado, potestade, virtude, dominação e de todo nome que possa haver neste mundo como no futuro” (Ef 1, 19b – 21). Jesus, então, sobe ao céu de corpo e alma, por Seu poder e assume a Sua glória junto do Pai celeste. Marcos, no Evangelho de hoje também atesta a Ascensão do Senhor: “Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus” (Mc 16, 19).

E esta verdade de fé, fé baseada no fato real da Ascensão, está presente no Credo, ou Símbolo dos Apóstolos, como um dos doze artigos básicos da fé cristã: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso”. Assim, pois, crer e professar a Ascensão do Senhor é uma exigência de fidelidade à Palavra de Deus, à Igreja e ao próprio Senhor Jesus. Ao quadragésimo dia após a Ressurreição, o Senhor assume a Sua glória plena, diante do Pai e da corte celeste. Esta festa traz para nós várias considerações práticas de vivência cristã.

A pregação do Evangelho a toda criatura (mandato missionário para a Igreja) é dada imediatamente antes da Ascensão: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15-16). Assim, a pregação do Evangelho decorre da Ascensão: Cristo glorificado quer ser anunciado se seguido (pela fé e pelo Batismo), como aplicação concreta de sua obra salvífica a cada passo a: “toda criatura” (ibidem). Portanto, a universalidade as salvação é presente neste mandato missionário certamente quem anuncia a Jesus deve também crer n’Ele.

O Senhor promete dons especiais, ou carismas, aos que crerem e forem anunciadores d’Ele: “expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal, imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16, 17-18). Estes dons devem ser procurados não para a nossa glória, mas para conduzir à busca da glória de Deus, glória essa que o Senhor Jesus assumiu na invisibilidade do céu, e que se manifesta nessas ações de cura e libertação que Jesus opera mediante a fé de quem evangeliza e de quem é evangelizado.

Outra maravilhosa conseqüência da Ascensão é a promessa do envio do Espírito Santo a Igreja: “...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de seu Pai “que ouvistes, disse Ele, da minha boca; porque João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias” (At 1, 4-5). Portanto, ficar em clima de oração, de experiência do Espírito Santo, se deu em Pentecostes. Para nós esta festa será celebrada no domingo seguinte, como uma nova experiência do Divino Espírito Santo. E nos versículos seguintes Jesus mostra que é o Espírito Santo quem dará a força para os discípulos serem as testemunhas até os confins do mundo (At 1, 8). Daí a evangelização ser operada sob a força do Espírito Santo.

A Igreja estabeleceu o dia da Ascensão como o dia Mundial das Comunicações Sociais justamente porque os Mass Media devem comunicar o bem e a verdade, e a verdade plena é o Evangelho do Senhor ressuscitado e glorificado. Bem como, desde o Papa Leão XIII devemos fazer a novena preparatória para Pentecostes, que se inicia este ano, em 18 de maio, nos colocando com a Igreja Nascente, que fez pela primeira vez esta novena.

São Paulo roga por nós ao Pai assim: “vos dê um espírito de sabedoria que vos revele o conhecimento dele; que ilumine os olhos do vosso coração para que compreendais a que esperança fomos chamados, quão rica e gloriosa herança que ele reserva aos santos” (Ef 1, 17-18). Isto significa que valorizamos a vida eterna, buscando a glória de Deus que Jesus já assumiu para si e nos chama para a mesma. Daí, afastamo-nos da glória falsa do mundo e buscamos a glória verdadeira. Não é fugir do mundo, mas não se render a ele, e buscar evangelizá-lo, para que encontre a Deus.


Monsenhor José Geraldo da Silva Pinto Souza 

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