sábado, 12 de maio de 2012
EVANGELHO DE JOÃO 15, 9 - 17
Permanecer no amor
Cada frase de João é densa de conteúdo.
Seu evangelho, a cada passo, abre janelas para uma contemplação da revelação de
Deus na encarnação de seu Filho, Jesus. João apresenta-nos as palavras de
Jesus, desabrochadas e vividas na vida de suas comunidades.
A partir da imagem na qual os galhos
devem permanecer unidos à videira, Jesus convidara os discípulos a permanecerem
nele a fim de que dessem muito fruto. Agora os discípulos são estimulados a
permanecerem no seu amor. Compreendemos que o amor de Jesus por nós é o mesmo
amor do Pai por ele, em uma plenitude transbordante. A fonte do amor é o amor
entre o Pai e o Filho, que é o amor apropriado ao Espírito Santo. Permanecer no
amor de Jesus é inserir-se nesta comunhão de amor e vida entre o Pai e o Filho.
Partindo de uma adesão pessoal, o
permanecer no amor de Jesus significa inserir-se na comunidade de discípulos e
irradiar-se, envolvendo a outros, ampliando a comunidade de amor e
prolongando-a no tempo.
Eram tradicionais, na religião de
Israel, os mandamentos de Moisés, elaborados no decorrer da história de Israel
e do judaísmo. Os mandamentos de Jesus estão contidos nas bem-aventuranças
registradas nos evangelhos de Mateus e Lucas, as quais ultrapassam aqueles
mandamentos antigos. E, agora, Jesus revela o mandamento maior: "Amai-vos
uns aos outros, assim como eu vos amei" (cf. Jo 13,34).
O atributo de "poder"
aplicado a Deus no Primeiro Testamento é associado a características tais como
disputa, inimigo, guerra, destruição e morte, com o título "Deus dos exércitos".
O Deus de Amor, revelado por Jesus, não comporta nenhuma destas
características. É o Deus da misericórdia e da compaixão, que entra em comunhão
de vida plena com seus filhos, homens e mulheres, em Jesus. E os discípulos são
chamados a dar frutos que permanecem para sempre, rompendo quaisquer barreiras
de exclusivismos e exclusões, favorecendo o desabrochar da vida e instaurando a
paz.
Na primeira leitura vemos como o
Espírito Santo de Amor desconheceu as fronteiras do judaísmo e infundiu-se nos
corações dos pagãos na Samaria. Pedro dá testemunho de que o Deus de Amor não
faz discriminação entre as pessoas, revelando-se a todos os povos e nações:
"Ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a
que pertença".
A Primeira Carta de João (segunda
leitura) é um exuberante hino ao amor. Nos seus cinco capítulos ele usa
cinquenta e duas vezes as palavras amar ou amor. "Deus é amor, e quem
permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele" (1Jo 4,16).
Esta é a realidade de Deus, revelada por Jesus aos discípulos e às multidões,
em sua vida e em seus atos. Se Deus é todo poderoso na criação do universo, ele
é todo Amor em sua relação com seus filhos, homens e mulheres, em todos os
tempos e em todos os povos.
José Raimundo Oliva
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário